Por: Runildo Pinto
A pretexto e veladamente a mídia passa uma
imagem angelical, encantadora e pura do novo Papa, o Francisco. E, a nossa
tarefa é desvelar o caráter político e ideológico da eleição de Jorge Mário
Bergoglio.
ACIMA: Foto mostra jesuíta argentino em presença do ex-ditador Jorge Rafael Videla.
A eleição de um Papa Latino-americano,
reflete a abrangência da crise posta no capitalismo e na Igreja como partes da
mesma face ideológica, o sintoma da evasão dos crentes e dos problemas éticos
vividos pela Igreja católica caricatura da conjuntura política e econômica
mundial principalmente na norte-americana e europeia.
A América Latina, hoje, é ponto
estratégico para o Status Qo da elite mundial. O conjunto de questões: crise
política e econômica das relações imperialistas articulada com a crise no centro
da Igreja Católica demonstra os resultados e repercussões conjunturais efeito
do desvio do eixo econômico causado pela China, Rússia, Índia e Brasil, das
revoltas árabes e de alguns governos Latino-americanos em desalinho com os
interesses do império norte-americano e principalmente da dinâmica neoliberal
em uma mudança de época que dá uma dinâmica desarticulada das superestruturas
de Estado em cada país (do modernismo para o pós-modernismo). Os governos
latino-americanos como o da Venezuela, Bolívia, Nicarágua, Equador e Cuba que
se posicionam por uma postura de resistência e repercussão de soberania eficaz,
se solidarizam com Palestina, Irã e Síria em uma conjuntura mundial que expõe a
fragilidade do poder dos EUA e na Europa, mais precisamente na incapacidade de
superar a crise na Grécia, Espanha, Portugal e França com receituários
neoliberais. Enquanto a América Latina se rearticula política e economicamente
em uma nascente perspectiva potencializada na construção de uma unidade
política pela esquerda. Todos estes fatores e decadência do império
norte-americano que se mantém a direção do mundo por conta aparato militar e da
guerra. A eleição do Papa demonstra uma rearticulação mundial orientada pela
reeleição de Barak Obama na Presidência dos EUA. A política de hora utilizar a
guerra, hora da "negociação imposta" e/ou substituição de governos
indesejáveis por governos títeres maleáveis que mais alteram a fachada que a
essência, tem marcado a política internacional dos EUA.
Na América Latina e Central está
localizado o maior contingente de adeptos à religião católica e por sua vez,
depois do petróleo árabe, o objeto de desejo do grande capital é a
biodiversidade, portanto, o Papa vem como o primeira mudança de rumo da tática
e estratégia dos capitalistas, em impor uma unidade pela direita, fazer um
trabalho ideológico e contraponto contra as mobilizações e repercussões da
Revolução Bolivariana (apostam na descontinuidade desta após a morte do
Comandante Chávez) e da resistência da revolução cubana e das crescentes ações
políticas e econômicas levadas a efeito faz vazar o bloqueio econômico imposto
pelos norte-americanos. A meu ver o movimento conservador, reacionário da
igreja orienta um papel fervoroso para reabilitação da manipulação ideológica
mundial e reforçando a ação dos capitalistas em uma retomada de sua hegemonia e
do desmonte dos governos à esquerda na América Latina e a suposta e desejada
pelos capitalistas da mudança de rumo da revolução cubana rumo ao capitalismo
seguindo o modelo Chinês.
É importante que estejamos atentos em
ampliar a avaliação sobre as reais intenções da eleição de um Papa
latino-americano. O Papa João Paulo II, não veio por acaso, veio no interior do
desmonte da URSS e dos países do socialismo real do leste europeu, da divisão
da Iugoslávia e da implantação do modelo neoliberal, mais uma vez a Igreja
cumpre um papel ideológico importante para que o capital continue impondo sua
perversidade. A esquerda tem que abrir o olho e se recompor, se reorganizar,
atualizando suas concepções e práticas fortalecendo a ideologia da classe
trabalhadora na luta de classe para uma ação revolucionária eficaz junto à
massa trabalhadora contra mais uma evolução da burguesia internacional.
Portanto, esta singela avaliação serve para levantar a discussão sobre o tema
descartando qualquer paranoia. A pretexto e veladamente a mídia passa uma
imagem angelical, encantadora e pura do novo Papa, o Francisco. E, a nossa
tarefa é desvelar e revelar o caráter político ideológico da eleição de Jorge Mário
Bergoglio como a doce referência para impor austeridade que a burguesia
internacional necessita.
Bem Político foi a Decisão !!
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