terça-feira, 22 de março de 2011

Crise na Líbia

Kadhaf e Berlusconi, uma grande amizade, com direito a até ao líder líbio ter ações do time de futebol do magnata e “dono da Itália”, o Milan.

De ex ditador lunático e terrorista, amado por chefes de estado e exemplo de redenção, há vilão incontestável do mundo civilizado. ( já vimos essa história antes não? )

Uma análise político/econômico/militar.

A atual crise que acomete a Líbia, que serve como o próximo ato dos grandes meios de informação, que em seu teatro de omissão a uma forma critica de apresentar as nuances que cercam este conflito, nos tenta passar apenas um lado acrítico do mesmo, uma versão já pré estabelecida pela lógica das potências econômico/imperialistas que se levantam em armas contra Muammar Kadhaf.

___QUESTÕES POLITICAS E ECONOMICAS.

Mammar Kadhaf, este é o nome do demônio do momento, o alvo de uma construção midiática muito bem arquitetada, os meios de comunicação o tornam um sanguinário ditador que apenas quer se agarrar ao poder.

Mas quem seria Kadhaf na realidade??? Kadhaf fora um militar que dera um golpe de estado em 1969, aos 27 anos de idade, golpe de estado este, que fora responsável pelo fim da monarquia na Líbia.

Kadhaf implanta uma “democracia”, que na realidade não se sustenta, sendo assim mantém uma unidade nacional com base em favores e na força, já que a Líbia é um país com bases em clãs. Ele também escrevera o chamado LIVRO VERDE, livro que se torna mundialmente conhecido. A imprensa internacional, devido a aproximação mais comercial do que ideológica de Kadhaf com a URSS, sita Kadhaf como Marxista, na verdade esta “acusação” teria como intuito difamar o marxismo como teoria política ao ligar este pensamento ideológico com a figura demonizada de kadhaf. Mas que ler este livro verá que as idéias ali escritas divergem em muito com o marxismo.

Kadhaf foi durante boa parte de seu governo um nacionalista convicto, e defendera as riquesas do país com grande coragem, mantendo assim o grande pote Líbio de petróleo longe da sede das potências imperialistas. Mas estas atitudes tiveram seu contra golpe, quando fora acusado de ter dado ordens para a perpetração de um atentado terrorista com uma aeronave Boeing 747 dos EUA sobre a Escócia em 1988, e em 1989 de um atentado no vôo 772 que ia da capital do Congo a Paris.

Estes eventos estão ligados ao fato de Kadhaf estar neste momento ligado ao Pan arabismo, movimento que fora responsável por uma união dos países árabes em defesa de ideais comuns.

O que se seguiu a estas acusações de envolvimento com o terrorismo árabe, fora a imposição de sanções econômicas que abalaram a economia Líbia.

No inicio da década de 1990, Kadhaf abandona seus intuitos nacionalistas em prol de uma aproximação com as potências européias, bem como dos EUA, para o que ele chamava de “um modo menos desconfortável diplomaticamente para trabalhar em seu país”.

O resultado imediato, a abertura da economia Líbia ao capital internacional, provocou uma ação internacional para acabar-se com as sanções econômicas ao país. Kadhaf se tornara o grande “amigo” da vez as sedentas economias imperialistas, de olho no petróleo Líbio.


Kadhaf vendia seu pais, suas riquesas em troca da redenção com o ocidente, apesar de tentar segurar o pouco que restava de sua soberania, com amizades com países de cunho anti imperialista, como a Venezuela de Hugo Chaves. E com economias emergentes e com grande influência internacional, como é o caso do Brasil.

O livro verde: http://www.ebooksbrasil.org/adobeebook/livroverde.pdf

Agora o ocidente vê a oportunidade de retirar do poder este líder que por tantos anos fora um “problema” para a fome de suas economias. Inimigo da “globalização”, Kadhaf que fora aclamado como um exemplo de redenção política aos “ditadores” do mundo, agora cai em desgraça.

O atual levante líbio não é de cunho totalmente popular, pois seus líderes tem forte apoio da CIA, e são velhos conhecidos da agência estatal Norte Americana. Muitos dos armamentos vistos nas mãos de militantes ant Kadhaf , foram contrabandeados para dentro do pais com a ajuda da CIA. Pois do inicio da sublevação, estes já estavam bem equipados e já tinham um comando estabelecido.

A imprensa internacional tenta nos confundir ao dar a entender que a revolta na Líbia é igual as que ocorreram no Egito e Bahrein, onde realmente os protestos foram de cunho popular e sem “dedos” estrangeiros.

A desculpa esfarrapada dada pelos aliados imperialistas foi de que o ataque preventivo visava proteger aos civis. Na realidade era um dever para o imperialismo yanque, proteger seus aliados rebeldes, pois caso não o fizesse correria sério risco de perder qualquer chance futura de comprar aliados para futuras ações políticas no oriente médio contra seus desafetos. Uma rápida olhadela nas imagens dos manifestantes pró liberdade e podemos notar seus membros empunhando bandeiras Líbias do período monárquico.

UMA ANÁLISE DO PONTO DE VISTA MILITAR

A Líbia conta com material bélico de procedência francesa e principalmente da URSS. Este material bélico esta obsoleto frente aos armamentos empregados pela coalizão.

A força aérea Líbia utiliza-se de caças franceses Mirage f-1 e caças soviéticos MiG 23, sendo que possivelmente não voe mais seus exemplares de MiG 25.

É uma força aérea que tem poucas horas/vôo anuais, o que se traduz em pouco treinamento, alem de toda a equipagem de navegação e controle de armas destas aeronaves serem analógicas, o que as tornam totalmente atrazadas tecnologicamente com relação aos equipamentos das forças aéreas que atacam a Líbia.

O maior perigo que as aeronaves da coalizão enfrentam, são as baterias anti aéreas, que na líbia são compostas de mísseis soviéticos já quase inoperantes por conta do longo período de embargos, os principais modelos em operação são os Sa-3 e Sa- 2.

Por isso, nas imagens transmitidas do conflito podemos observar a reação praticamente ineficaz de baterias anti aéreas compostas por canhões, da família ZSU, que frente as armas ar-terra atuais de guiamento inteligente e longo alcance, nada podem fazer.

As forças de terra de kadhaf contam com uma força ofensiva composta por 800 carros de combate (tanques), de modelos T-55 e T- 72 de fabrico soviético, além de uma quantidade próxima deste numero de viatura blindadas de transporte de tropas, todas de fabrico soviético, uma vez que os cascaveis e urutus que o Brasil vendeu a Líbia nos anos 80, já não estarem mais operantes.

A força militar de Kadhaf está na quantidade de homens que pegam em armas ao seu lado, pois está a mercê dos ataques aéreos da coalizão.

TEXTO DE: BOMBERMAN

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