terça-feira, 15 de março de 2011

Yoani Sánchez, tão longe da verdade

Por M. H. Lagarde
Tradução: Robson Luiz Ceron

Yoani Sánchez, blogueira mercenária cubana, segue traumatizada pelo fato de que em Cuba não ocorra uma explosão social, como está acontecendo no Egito. Em um texto que publicou primeiro na língua de quem a paga (em Inglês) e que, posteriormente, foi replicado em espanhol, a suposta jornalista - depois de mentir (1) [como costuma fazer habitualmente] sobre o fato de que os meios de comunicação cubanos escondem o que acontece no Egito - diz:

"A prudência oficial não pode evitar que nos surpreendêssemos com a vista aérea da praça Tahrir vibrando ao ritmo da espontaneidade, que por aqui, há muitos anos, não se percebe na sóbria e cinza Praça da Revolução. Era inevitável que, ao ver a enorme manifestação com faixas e bandeiras, não terminássemos por perguntar se aquele locutor de gravata listrada não queria fazer-nos pensar: Por que em Cuba não ocorre o mesmo? Se o nosso governo é de mais longa duração e o colapso econômico se tornou um elemento indissociável de nossos dias, o que nos impede de tomar o caminho do protesto cívico, a pressão pacífica nas ruas?"

Na verdade ninguém entende como a experta em política internacional, Yoani Sanchez, que apesar da censura do Estado, conseguiu ver "mais fragmentos do que aconteceu", que "chegaram através das redes alternativas de informação, das perseguidas antenas parabólicas e da Internet evasiva", não lhe tenha chegado, por estas mesmas vias, algumas informações importantes para entender que o que ocorre no Egito não tem nada a ver com Cuba.


Será que nossa rival sabe de Robert Fisk que o Egito, nos últimos 30 anos, tem sido o segundo maior aliado do governo dos Estados Unidos no Oriente Médio? Poderá a famosa blogueira interar-se que desde o Tratado de Camp David, o Egito recebeu mais de 35 bilhões de dólares dos EUA, na maior parte em fundos militares sem obrigação de reembolso? Ninguém lhe disse que os tanques e as bombas de gás lacrimogêneo, que nestes dias estão sendo lançadas contra o povo egípcio, provem do arsenal do mesmo governo que a paga para incentivar a subversão na Ilha?

Yoani Sanchez é burra? Levando em conta as respostas que ela deu ao entrevistador Salim Lamrani durante uma longa entrevista em Havana, poderia ser dito categoricamente que sim. Mas, este não é o caso. Neste momento, Yoani usa as redes sociais em consonância com o papel que lhe foi conferido por seus superiores da CIA e do Departamento de Estado: Exportar a democracia made in USA para os países que ainda se atrevam a ficar de fora da hegemonia de Washington.

As associações entre Egito e Cuba feitas por Yoani e outros blogueiros (que recentemente levantaram um muro de lamentações no Facebook no mesmo sentido) apenas visam manter (fora das fronteiras da Ilha - lembre-se que em Cuba há uma censura extrema, que Yoani violada quando lhe convém - ) a permanente campanha de desprestígio da Revolução Cubana, que serve para justificar bloqueios ou posições comuns agressivas.

Embora, ela declare com seu habitual cinismo mercenário, que em Cuba se trata as redes sociais como "algo fabricado e não reconhece que os indivíduos se reúnem e (horror!) saltam por sim mesmos sobre as barreiras ideológicas", a realidade é que, no caso cubano, as chamadas redes, que Yoani usa, nada mais são do que as redes de agentes a serviço do governo dos EUA.

De fato e a propósito do cinza da Praça da Revolução, que a blogueira faz alusão, vale a pena recordar o concerto da Paz Sem Fronteiras que reuniu um milhão de cubanos a poucos metros da sede do governo da Ilha. Até a "mobilizadora" blogueira assistiu a festa e foi filmada em um vídeo que mostrou duas coisas: a "repressão" terrível que existe na ilha - lá estava a "perseguida" Yoani posando tranquilamente para as câmeras - e o fato significativo que ninguém, entre a multidão de jovens ao seu redor, apesar de seus muitos prêmios e citações, reconhecia-a.

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