sábado, 17 de novembro de 2012

O Revolucionário Pós Moderno



                      
Com o desmoronamento do Muro de Berlin e a Queda da União Soviética, e posteriores alegações do “Fim da História”, fundamentações  baseadas em mudanças materiais no desenvolvimento do capitalismo e suas nuances filosóficas impregnadas na nova conjuntura que se apregoava ser de dominação onipresente de uma única superpotência, os Estados Unidos, como representante máximo da vitória do capitalismo sobre o comunismo, o Pós Modernismo emerge como a sintetização dos valores construídos sob os novos aspectos do capitalismo que emergia como dominante em todos aspectos da reprodução da existência humana.


Introdução do trabalho temporário, técnicas de relações humanas e equipes de trabalho, resolveram parcialmente o problema. O Capital elaborou estratégias de resolver à queda da taxa de lucro: a inflação, redução de salários e utilização de trabalho imigrante (operário-massa multinacional).
A nova divisão internacional do trabalho constitui uma manifestação do crescente concorrência internacional que caracteriza o processo de reestruturação do capitalismo. Reestruturar-se significava tornar-se competitivo. Competitividade passava a ser o motor da globalização (assim como fora no início do século XX o progresso e após a IIGM o desenvolvimento) Competitividade significava alcançar maior produtividade. Maior emprego de tecnologia. Configurava-se a Revolução Científico-Tecnológica (RCT) fundamental ao processo de globalização. (1)



É criado um impacto sobre a identidade de pertencimento a uma classe, ao processo de identificar-se  como um sujeito da coletividade, um sujeito que lê o mundo, a conjuntura à sua volta e dela extrai os significantes de pertencimento, de motivações coletivas que formarão os anseios pessoais que guiarão a luta coletiva. A Pós Modernidade como elemento  que congrega a gama de valores.
Muitos que viveram os valores progressistas da esquerda  deixam-se  levar por esta nova concepção de mundo, abandonam os valores marxistas e Materialistas em prol de uma interpretação Idealista de mundo, quando não Mística.
Para muitos o materialismo torna-se uma mera visão enrugada por velhice e inabilidade de “dar as ferramentas de leitura de mundo”. Ora, se o mundo vive sob o capitalismo e sob um novo formato de apresentação das forças produtivas, mas ainda dentro dos ditames de desenvolvimento ( esperado) do capitalismo, por que o Materialismo, (  ferramenta mais avançada de compreensão histórica do modo de produção capitalista ) deixaria de ter o seu valor histórico e filosófico?


A conjuntura de derrota das forças progressistas favoreceu a todo tipo modismo teórico e fetiche ideológico. Sob diversos pretextos, certas forças políticas, inclusive alguns companheiros de esquerda, começaram a questionar a centralidade do trabalho na vida social, o papel dos partidos políticos como vanguarda dos processos de transformações sociais e políticas, a atualidade da luta de classes como instrumento de mudança da história e o próprio socialismo-comunismo como processo que leva à emancipação humana. (2)


Nasce assim o “Revolucionário Pós Moderno”, um misto de adequações ao mundo POP, defesa do apartidarismo, e de uma social democracia cada dia mais parecida com o neoliberalismo. Tem toda a gama de conhecimento dos pensadores marxistas como boas fontes, mas que já não corresponderiam ao nosso tempo, que são relíquias da Guerra Fria a serem lidas e de onde poderiam ser extraídos alguns bons ensinamentos.




Fontes: (1)http://www.historialivre.com/contemporanea/global1.htm  


(2)http://pcb.org.br/fdr/index.php?option=com_content&view=article&id=25:os-movimentos-sociais-e-os-processos-revolucionarios-na-america-latina-uma-critica-aos-pos-modernistas&catid=3:temas-em-debate

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